Coragem para ter esperança
“Que suas
escolhas reflitam suas esperanças, não seus medos” Nelson Mandela
Para manter a esperança é
preciso coragem. Algumas pessoas invertem a ordem dessa locução, acreditando
que a coragem nasce da esperança. Mas o medo não se dissipa, não adianta apenas
esperar para que ele vá embora. É preciso enfrentar, pois alguém corajoso não é
destemido. O medo é um sentimento natural e protetor na vida, porém quando ele
encontra poder na angústia e no pânico de viver a vida como ela se apresenta,
ele domina qualquer atitude.
Cena do filme Perfume de Mulher |
Em Psicanálise, após a I Guerra, em 1920, Freud vivenciando
o caos, criou os conceitos de pulsão de vida e de morte, marcando como, na
relação entre Eros e uma compulsão a voltar a um estado anterior de coisas,
está a nossa possibilidade em insistir pela vida. Mostrou como o tema da origem
do amor pode ser muito mais enigmático do que a origem da vida. As pessoas
desejam ser amadas e ajudadas para conseguirem amar. Sabemos até mesmo pelos
poetas que um jardim que não foi cuidado não atrai borboletas. Freud apresentou o grande valor dos vínculos como uma possibilidade de enfrentarmos guerras
internas e externas.
Foto: Reprodução |
Cultivar as nossas esperanças na vida enquanto nossa obra
singular faz com que nosso jardim floresça e com que o medo fique em segundo
plano. A coragem nasce no solo da reflexão sobre qual é a nossa missão de existência, ou seja, ao nos
questionarmos sobre o que nos movimenta segundo Eros, deus do Amor. Essa não é
empreitada simples.
Simone Engbrecht - psicanalista
[i]
Mário Sérgio Cortella- filósofo, escritor e educador brasileiro.
[ii]
Albert Schweitzer-filósofo e médico alemão.