A vida transformando o tempo
“Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não tem máscara.” Oscar Wilde O ano seguinte àquele no qual perdemos uma pessoa amada é um período onde o luto é tecido. A repetição de datas significativas no calendário marcam a falta, as lembranças emocionam, e o tempo passa. Atualmente, em muitas culturas, esse momento fundamental para que as lágrimas cicatrizem as feridas tem sido obturado, revestido pela dureza da ausência de empatia. Como se qualquer falta tivesse que ser rapidamente preenchida e os sofrimentos anestesiados. Não é raro também haver uma confusão entre um sentimento de pesar e uma anestesia. A piedade pode tentar esconder friezas. A depressão e a falta de ânimo abafam os lutos que não puderam ser realizados, quando a raiva de perder não dá lugar à tristeza. Há, nessas situações, um núcle