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Curso de Verão 2022

Iniciou ontem o Curso de Verão 2022. Foi um prazer reencontrar colegas, amigos e conhecer novos interlocutores. Nosso grupo acontece de maneira online e reúne pessoas de várias localidades. A aula introdutória discorreu sobre o que pretendemos abordar em relação aos quatro temas: memória, censura, pensamento e consciência. Partimos das interrogações abertas quando estudamos o Projeto para uma Psicologia Científica, texto de Freud de 1895.


A memória está ‘representada pelas diferenças de facilitação entre os neurônios ψ’. Realizaremos um percurso sobre o conceito de representação e a repetição como forma de recordação, bem como o de herança filogenética. Sobre o tema censura, iremos estudar o intervalo entre a  abordagem das telas de proteção e o censor dos sonhos e o superego. Gravar e lembrar não corresponde ao mesmo movimento psíquico e aí entre o conceito de pensamento reprodutivo de 1895 ao juízo de condenação, pensamento onírico, delírio e alucinação. E pretendemos apresentar o conceito que tem nos inquietado atualmente: consciência. No Projeto, Freud formulou que a consciência ‘é o lado subjetivo de todas as ocorrências psíquicas sendo inseparável dos processos fisiológico mentais’. O que significa afeto inconsciente e as sensações diante de atos destrutivos descritos em 1920.

A Bússola e os textos nos mostram direções, mas é a experiência de inquietações compartilhadas que nos proporcionam o movimento de descoberta.

 

Último encontro do curso ‘A pandemia revela negações’
Imagem: site Litorânea FM
O termo ‘Verleugnung’, na obra freudiana traduzido por renegação, desmentido ou rejeição,  foi o tema do último encontro promovido pela ACIST- SL em benefício ao IEDE. Estudamos para tanto o texto ‘O mal estar na civilização’, de 1930. Mal estar, no original alemão, Unbehagen, que segundo Christian Dunker(2015) foi inicialmente proposto por Freud por Unglück, porém ele revisou o termo ao querer dar uma conotação diferente ao desconforto. Unbehagen é compreendido por três eixos: mal estar no corpo, como um mal estar estomacal, mal estar como um clima ruim num grupo e mal estar no sentido contrário à revelação. No capítulo IV desse texto, é que Freud utiliza o termo repúdio para considerar a impossibilidade de submissão da sexualidade através da cultura. Seguiu a teoria construída em ‘O futuro de uma ilusão’ (1927) em que a tentativa de troca entre o sacrifício no presente e a felicidade como uma promessa de futuro está fadada a promover uma dívida: o sentimento inconsciente de culpa, sentimento inconsciente de dívida, sentido, com consciência, não como angústia, porém como um mal estar diante de ideais inatingíveis.


Terceiro Encontro do Curso ‘A Pandemia revela Negações’

Foto: Reprodução

 Se, por um lado, apresentamos a Negação sob o ponto de vista do afastamento da realidade pelo conceito Verwerfung na obra freudiana – traduzida por rejeição; no terceiro encontro do curso discutimos o texto ‘A Negativa’ de 1925. Nesse artigo, Sigmund Freud apresenta a importância do ‘Não’, Verneinung, para a consciência. Desde 1895, ele demarcava que dizer ‘não’ a satisfação alucinatória do desejo possibilitava o início do pensamento. Debatemos sobre um vídeo onde o jornalista Nelson Garrone reflete a partir de questões sobre a neutralidade da imprensa. O pensamento científico não se fecha em sentenças e argumentos. E a narrativa de cada pessoa manifesta uma escolha de posição subjetiva diante dos fatos. Estamos imersos a uma complexidade de influências e cabe observarmos quais são as interferências dos nossos desejos em nossa percepção de acontecimentos. 

Segunda aula do Curso ‘ A Pandemia revela Negações’

Imagem do filme Negação: site Adoro Cinema

Nesse segundo encontro, o tema versou sobre a perda da realidade e o Negacionismo, utilizando para discussão o filme ‘Negação’ de 2016. O filme foi inspirado na obra literária de Deborah Lipstadt, History no Trial: My Day in Court with a Holocaust Denier. O filme Negação foi escrito por David Hare e dirigido por Mick Jackson. Conta como uma estudiosa do Holocausto foi processada por difamação pelo negacionista David Irving. A defesa jurídica da professora utilizou a diferença entre uma ‘negação’ produzida por uma intenção consciente de proveito com o engano e o sofrimento psíquico proveniente de um delírio no qual o sujeito pode ser vítima de si mesmo. Foi assim que não foi necessário provar os acontecimentos de Auschwitz, colocando as testemunhas em um novo julgamento sobre o que já vivenciaram, mas criminalizar o negacionista. Em psicanálise, não são os fatos que entram sobre julgamento, mas os desejos conscientes e inconscientes de cada sujeito são escutados a partir de sua narrativa. A partir de uma pergunta realizada por Andresa Padilha, uma das participantes do curso, sobre ‘delírio coletivo’ organizamos a construção da idéia de ‘Verwerfung’ na obra freudiana, traduzida por repúdio que não se restringe ao campo individual, mas ao sofrimento presente em não sustentar o desprazer dentro do Eu e suportar as frustrações de uma não satisfação de um desejo através de um ato. O ‘narcisismo das pequenas diferenças’[i] trabalhado por Freud para compreensão de relações sociais em que o amor entre os membros de um grupo é sustentado pela hostilidade dirigida àqueles que possuem uma pequena diferença. O negacionismo ao Holocausto utilizou o racismo presente no ‘narcisismo das pequenas diferenças’ de um grupo nazista. O que cada sujeito produz dentro do seu psiquismo individualmente é sabido em psicanálise por cada narrativa. O Direito utiliza o pensamento judificativo e utiliza justificativas e argumentos para compreensão de quem é o criminoso e quem é a vítima. Fátima Bado, outra participante, contribuiu para com o grupo com uma questão sobre a diferença entre ocupar o lugar de vítima e o que ocorre no psiquismo de cada sujeito. O trauma, em psicanálise, não acontece por um determinismo de acontecimento. Seguiremos, na próxima aula com o termo ‘Verneinung’ em ‘A negativa’ (Freud, 1925).


[i] Narcisismo da Pequenas Diferenças foi um tema proposto na obra freudinana nos textos ‘O Tabu da virgindade’( 1918) e ‘Mal estar na Civilização’(1930).

Curso ‘A Pandemia Revela Negações 

Primeiro Encontro 

Foto: Reprodução

Iniciamos o curso cujo valor será revertido para o IEDE, uma ONG de São Leopoldo cuja sede sofreu incêndio em março desse ano. Ao estilo da Negativa, começamos por diferenciar os conceitos psicanalíticos referidos à negação, que serão estudados em quatro encontros, do termos negacionismo e do engano. Os mecanismos de negação trabalhados na obra freudiana referem-se a quatro movimentos efetuados para lidar com a realidade. São eles: Verdrängung- recalque, Verwerfung- repúdio, Verneinung- negativa, Verleugnung- renegação. No engano, há um contato com a realidade,  mas uma narrativa contrária. Já no negacionismo, como o psicanalista Paulo Amarante (que realizou a distinção entre esse termo e os conceitos psicanalíticos) há uma atitude política envolvida. A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz tem escrito sobre o tema, observando o risco de colocar   pensamentos mágicos no lugar dos científicos.  Discutimos, nesse primeiro encontro, a relação entre o conceito do recalque e o esquecimento, trazendo metáforas relacionadas à vida cotidiana.  E ainda,  não é possível realizar a patologização de singularidades a partir de uma manifestação em grupo.


Último encontro do curso

‘Sentimento de Culpa: Dúvida ou Dívida’

Foto: Reprodução

Foi interessante reunirmos pessoas de diferentes regiões e de diversas profissões ao longo desse tema. Transmitir questionamentos e posicionamentos alicerçou o curso. Ele aconteceu em benefício do Instituto Libertarte, de Passo Fundo-RS. Estudamos como esse conceito foi adquirindo mais corpo ao logo da obra freudiana, após a virada de 1920 através da formulação da pulsão de morte e do masoquismo moral. Compreender as transformações da agressividade e não somente a sua contenção fundamenta uma discussão sobre a violência e o sofrimento. 


Terceiro encontro curso Sentimento de Culpa

 
 
Foto: Reprodução

     Apresentar o tema da culpa dentro do texto freudiano O ego e o id, de 1923, foi o propósito do terceiro encontro do curso ministrado pela autora desse blog. Trabalhamos a partir dos conceitos de ideal de ego e superego, narcisismo e complexo de Édipo. 
Freud desenvolveu nessa obra, escrita após a virada de 1920, o conceito de sentimento inconsciente de culpa, já anunciado oito anos antes pelo viés das representações. Alguns atos destrutivos e criminosos podem ser compreendidos como conseqüência de um sentimento inconsciente de dívida com ideais relacionados à tendência a retornar a um estado anterior, a saldar uma dívida com a crueldade superegóica da melancolia. 
Foto: Reprodução

Refletimos sobre o conceito de diferente onde não há comparação, pois a singularidade envolve qualidade e não somente quantidades sujeitas a julgamentos. Para o próximo encontro está prevista a discussão do texto de  1924, O problema econômico do masoquismo, com o objetivo de compreendermos o conceito de masoquismo moral.


Segundo encontro Curso sobre Sentimento de Culpa

         O grupo de trabalho esteve presente de maneira online no segundo encontro em torno da temática do sentimento de culpa. O Instituto Libertarte anunciou a Live Musical programada para o final do dia 29 de agosto. Apresentamos o texto do livro de Freud de 1915, Luto e Melancolia diferenciando a depressão neurótica da depressão melancólica. A falta de ânimo pode estar presente nas duas, porém, o pai da psicanálise destacou a baixa na autoestima como o ponto diferencial naqueles que possuem um sofrimento relacionado à dificuldade em cicatrizar feridas abertas pelas perdas. 

Isso porque essas últimas são de natureza ideal, o seja, estão a serviço de uma acusação que repete uma auto recriminação. Remetemos a leitura do texto Dívidas com ideais, publicado em novembro de 2019 nesse blog e o livro Aprendendo a lidar com a depressão. É preciso responsabilizar-se por uma curiosidade de si, pelo que não sabemos, a fim de que dívidas contraídas por um ideal onipotente não nos capture em atitudes sem reflexão. A fadiga diante da repetição de um processo avaliativo inconsciente pode resultar em um desejo de afastamento do processo de pensar. Utilizamos com metáfora a referência ao filme de Godard de 1965, Alphaville. Para o dia 25, está programada a discussão do texto de 1923, O Ego e o Id, onde o assunto será superego, regras e a lei. 

Primeiro encontro curso
‘Sentimento de Culpa: Dúvida ou Dívida’

Imagem do filme O Processo: site Deutsche Welle

      Na noite do dia 11 de agosto de 2020, reunimo-nos em torno da temática do sentimento de culpa, a partir de textos freudianos, e em benefício do Instituto Libertarte de Passo Fundo. Nosso estudo iniciou pelo texto O Inconsciente escrito em 1915. A palavra Schuld, utilizada pelo pai da psicanálise, pode ser traduzida por culpa, dívida ou débito. Trabalhamos especialmente o capítulo III Emoções Inconscientes, demarcando a diferença conceitual, em Freud, entre sentimento e afeto, apresentando o mecanismo do recalque e o significado de representação. O sentimento inconsciente de culpa aparece nesse momento do texto trazendo a noção de que a consciência de uma sensação pode ser um enlace com muito material ao qual a pessoa não tem acesso, por estar inconsciente. 

Foto: Reprodução
    Uma sensação pode ser mal interpretada.  Atos, sentimentos e pensamentos foram diferenciados na medida de amadurecimento psíquico, possibilidades de escolha e de negativa a um desejo de maneira consciente. Foi citado também o texto de 1916, Alguns tipos de caráter encontrados no trabalho psicanalítico, onde Freud continua a sua investigação sobre o sentimento de culpa a partir da manifestação daqueles que se encontram arruinados pelo êxito, destituindo a ideia simplificadora de que um sofrimento seja resultado da frustração de um desejo e dando abertura a aparente contradição de que alguém sofra um auto boicote após ter sido conquistada uma satisfação. Como uma punição, presente também na terceira parte do artigo onde o sentimento inconsciente de culpa pode se fazer presente antes do crime. Utilizamos para discussão a história de Joseph K. na obra de Franz Kafka, contemporânea a bibliografia utilizada. O Processo, escrito em 1914, inspirou o roteiro dos filmes de Orson Welles(1962) e de Anthony Hopkins(1993). O personagem, m bancário, é acusado e levado a julgamento sem saber o motivo pelo qual é acusado. A ambigüidade presente na narrativa representa com a genialidade de Kafka a dúvida como conseqüência de sentimento inconsciente de culpa. Está programado para o próximo encontro o estudo do texto Luto e Melancolia a fim de refletirmos sobre o conceito de ideais e dívidas. 

Melancolia e empatia


Melancolia I: obra de Albrecht Dürer
No terceiro encontro do curso sobre o texto freudiano de 1921 ‘Psicologia das Massas e Análise do Eu’,  revisamos a questão do líder e nos propomos a discutir a questão lançada Qual é a natureza do laço emocional na massa? Há três descrições de formas de identificação, relacionadas ao TER e ao SER o objeto no eu. A identificação por ingestão, por introjeção, pelo ego assumir características do objeto e pela percepção de uma qualidade comum partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto da pulsão sexual. Mais adiante, no mesmo texto Freud, ao retomar a temática do amor, vai lembrando alguns pontos já trabalhados nos textos sobre sexualidade, narcisismo e luto. Refletimos sobre o quanto a idealização falsifica o julgamento e, mediante a perda ou abandono do objeto, surge a dupla possibilidade: um objeto pode ser colocado no lugar do eu ou no lugar do ideal do eu. Freud repete a formulação de 1915: ‘a sombra do objeto caiu sobre o ego’ para iluminar a relação entre recriminação estabelecida sobre o eu e o lugar do hipnotizador no ideal de eu. ‘Um grupo primário desse tipo é um certo número de indivíduos que colocaram um só e mesmo objeto no lugar de seu ideal do ego e, consequentemente, se identificaram uns com os outros em seu ego.’ (Freud, 1921, p. 147) Diante da complexidade dessas formulações, apresentamos exemplos e desdobramentos a partir deles utilizando os conceitos de cultura e ideologia. Freud em 1932, alertou sobre a sua preocupação de que a psicanálise não se torna-se uma Weltanshauug (visão de mundo). Associamos nesse texto a diferença estabelecida, portanto, entre empatia e identificação. Empatia acontece quando sujeitos respeitando a sua diferença se aproximam pela semelhança humana e identificação, quando os indivíduos de uma massa estabelecem uma homogeneidade e podem estar fascinados pela hipnose e sujeitados a uma prisão melancólica. No próximo encontro, estaremos estudando os últimos capítulos do texto, onde o autor apresenta uma discussão sobre justiça.

Identificações e liderança


No segundo encontro sobre ‘Psicologia das massas e análise do eu’ avançamos no estudo do texto trabalhando a referência que Freud realizou sobre os termos Nahelegen e Anregung (sugestão e influência). O texto propõe a abertura à complexidade do lugar do líder não apenas como uma pessoa, mas uma ideia. Diferencia sugestão de contágio, como fenômenos complementares.  Retomamos, na último dia 20, o conceito de identificação a partir das questões sobre ideal de eu, melacolia e servidão. ‘Sendo a identificação a mais remota expressão de laço emocional com outra pessoa e ambivalente desde o início’ (capítulo VII bem o início), discutimos a tentativa simplificadora e tentadora de ‘causa-efeito’ em compreensão àquilo que se refere ao exterior ao sujeito, ao outro. Como leitura complementar aos conceitos de ego ideal e ideal de ego, foi referido o livro de Marta Rezende Cardoso, Superego, publicado pela Escuta em 2002. Os comentários dos participantes do curso enlaçaram esse texto de 1921 a um marco importante na história da psicanálise: o abandono da sugestão enquanto método. O texto publicado ontem nesse blog foi inspirado neles. O próximo encontro terá como eixo a temática  da hipnose e o uso das palavras, partindo da interlocução que Freud propôs com Trotter sobre a pulsão gregária. 



Primeiro Encontro Curso Psicologia das Massas e Análise do Eu

Nenhuma descrição de foto disponível.A noite do dia 13 de julho de 2020 deu abertura ao primeiro encontro do curso sobre o texto freudiano ‘Psicologia das Massas e Análise do Ego”. Pessoas residentes em diferentes localidades estiveram presentes numa sala virtual organizada por colegas. Conceitos como hipnose, sugestão, massa e indivíduo foram apresentados.
Foto: Desirê Pauletti
O grupo aqueceu questões que Freud formulou em 1921, ao diferenciar culpa de responsabilidade e tomar a atitude ética como uma possibilidade da inserção de um sujeito em um grupo. As incertezas atuais e a complexidade desse estudo nos transforma a partir desse contato. Deixamos registrado aqui um trecho do texto e, a seguir, a referência a três autores citados por Freud na obra:
“A hipnose solucionaria imediatamente o enigma da constituição libidinal dos grupos, não fosse pelo fato de ela própria apresentar alguns aspectos não atendidos pela explicação racional que dela vimos fornecendo como sendo um estado de estar amando sem as tendências diretamente sexuais. Nela ainda existe muita coisa que devemos reconhecer como inexplicada e misteriosa.”(Freud, 1921.p.146)
Algumas referências utilizadas por Freud a fim de apoiar, contrapor e fazer trabalhar algumas questões:
Gustave Le Bon          Francês (1841-1931)
Estudioso de várias ciências- antropologia, Psicologia, sociologia, medicina e física
*conceito
*influência e sugestão
William Mc Dougall         Inglês(1871-1938)
Psicólogo
*grupos estáveis
*líder 
Wilfred Louis Batter Trotter      Inglês(1872-1939)
Neurocirrgião – estudou psicologia social
*pulsão gregária


Freud e Cervantes, 
Provocações para o curso Psicologia das Massas e Análise do Eu
-Freud recorreu, em Totem e Tabu (1912-13), a Cervantes para observar o tabu relativo aos governantes:
“Exatamente da mesma maneira, o tabu cerimonial dos reis constitui ostensivamente a mais alta honra e proteção para eles, enquanto que, na realidade, trata-se e um castigo pela sua exaltação, uma vingança sobre ele tirada pelos seus súditos. As experiências de Sancho Panza (descritas por Cervantes) quando governador de sua ilha convenceram-no que esta visão do cerimonial da corte era a única  que se aplicava ao caso. Se pudéssemos ouvir as opiniões de reis e governantes modernos sobre o assunto, descobriríamos que haveria muitos outros que concordariam com ele.”
-Freud dirigiu uma carta ao tradutor espanhol de suas obras, Señor Luis Lopez-Ballesteros,  em 1923:
Quando era um jovem estudante, meu desejo de ler o imortal Don Quixote no original de Cervantes levou-me a aprender, sem mestre, a encantadora língua castelhana. Graças a esse entusiasmo juvenil, estou hoje capaz- em uma idade avançada- de verificar a exatidão de sua versão espanhola de minhas obras, cuja leitura invariavelmente provoca em mim viva apreciação de sua interpretação corretíssima de meus pensamentos e da elegância de seu estilo. Fico sobretudo surpreso com alguém, como o senhor, não sendo médico nem psiquiatra de profissão, ter sido capaz de alcançar um domínio tão absoluto e preciso sobre um material que é intrincado e, às vezes, obscuro.”

Gostaríamos,  de apresentar  dois colegas que contribuem para a realização desse curso, que acontecerá em julho: Pedro A. P. Mandelli, organizador desse evento. Psicanalista, membro efetivo da Sigmund Freud Associação Psicanalítica, de Porto Alegre-RS. Professor da pós graduação em psicanálise da Anhanguera Erechim. Coordena grupos de estudo em metapsicologia freudiana na cidade de Passo Fundo-RS. E Vinícius De Miranda, autor da  imagem do flyer utilizado o convite para esse curso. Psicólogo pela Universidade de Passo Fundo, pós-graduando em Psicanálise, membro da equipe de gestão do Setor de Atenção ao Estudante da Universidade de Passo Fundo- RS.





Pós graduação em Psicanálise
Erechim-RS

            A Faculdade Anhanguera, em Erechim-RS,  está realizando um pós graduação em Psicanálise. Nos dois últimos finais de semana, a  psicanalista Simone Engbrecht ministrou o módulo correspondente aos cinco casos clínicos publicados por Sigmund Freud. Muitas horas de trabalho e alunos empenhados em absorver a proposta desse autor em desvendar modos de funcionamento complexos existentes por trás de cada manifestação clínica.

            Psicose, as teorias sobre o trauma, formações de sintoma, delírio e alucinações foram estudados nos dias 22 e 23. Refletir sobre o sofrimento envolvido em ‘Schreber’ e o ‘Homem dos Lobos’ foi a tônica diferencial de um rótulo psicopatológico. Esses casos clínicos envolvem um mecanismo psíquico denominado por Freud, em alemão, de ‘Verwerfung’, traduzido de várias maneiras para o Português, negação, cisão, recusa. Ele envolve um movimento que possui por finalidade defender-se de uma percepção tomada como avassaladora para um sujeito.
           
Depois, nos dias 29 e 30, foi a vez de Dora, Pequeno Hans e O Homem dos Ratos. Foi, através deles, que Freud nos apresentou seu esclarecimento sobre os pseudônimos utilizados nas publicações, refletindo sobre a ética no estudo de um caso clínico. Estudar a castração enquanto conceito perpassa a compreensão dos temas do reconhecimento, diferenças e representação. Foram retomados textos metapsicológicos a fim de apresentar a metáfora do aparelho óptico onde o pai da psicanálise nos apresenta como as manifestações do inconsciente se enlaçam com outras representações e se manifestam.
            O trabalho foi profundo e enriquecedor, pois foi alicerçado através do interesse e dos questionamentos em torno da atualidade da psicanálise. Erechim está de parabéns por organizar, conduzir e fazer acontecer um pós graduação em Psicanálise no Interior do Estado.

            

Domingo: Atividade Científica em Passo Fundo

Em um domingo ensolarado, um grupo de pessoas interessadas em refletir sobre um tema inquietante se reuniu para ouvir o que a psicanalista Simone Engbrecht tinha a dizer sobre o texto centenário de Sigmund Freud Das Unheimliche.
Essa atividade científica aconteceu em Passo Fundo no dia 24 de novembro pela manhã e  foi organizada por Pedro Mandelli e Joana Machado e contou com a participação de profissionais e estudantes que tem se ocupado em aproximar-se da Psicanálise.

Das Unheimliche traduzido na edição comemorativa da Autêntica contempla o termo O Infamiliar trazido por Ernani Chaves e Pedro Heliodoro Tavares para demarcar a diferença entre a oposição eo conceito de negativa de Freud contido no estudo dessa palavra-conceito. Percorremos nessa manhã de intensa discussão os conceitos de recalcamento, alucinação, bem como a diferença entre teste de realidade e crença na realidade. Parabéns a esses profissionais de Passo Fundo empenhados em abrir espaço para refletir sobre o conceito de estética através da psicanálise, um espaço incomum e inovador. 




Jornada Interna da SIG

O texto Das Unheimliche de Sigmund Freud completa 100 anos de sua edição. Em sua edição bilíngue comemorativa[i], a tradução utiliza o termo Infamiliar, anteriormente traduzido por Estranho e Inquietante. Os dois termos anteriores utilizados contemplavam dois vértices dessa palavra-conceito, algo não somente novo, mas inovador, e algo que nos movimenta em uma qualidade no sentir. O Infamiliar foi utilizado por conter uma dupla negativa em seu interior, tanto no prefixo In quanto no adjetivo familiar que corresponde ao que não é da família, mas se assemelha.
Tenho coordenado um seminário na Sigmund Freud Associação Psicanalítica  intercalando o estudo desse complexo texto a partir da compreensão de temas como satisfação alucinatória do desejo, regressão e teste de realidade com a interlocução de convidados que aprofundam algumas citações do autor sobre Hoffmann e Goethe, entre muitas discussões sobre estética. A nossa relação com a realidade tem sido o ponto chave de nossas investigações em grupo, sem uma necessidade de estabelecer parâmetros psicopatológicos.  
A instituição realizou sua Jornada Interna nos dia 18 e 19 de outubro, na qual tive o prazer de compartilhar uma mesa redonda com colegas que fazem parte de minha formação com psicanalista. Os associados se debruçaram sobre o texto mediante a reflexão sobre as diversas intervenções da psicanálise em 2019. Foram dois dias de muita produção e conversa sobre a vitalidade da psicanálise presente no centro da discussão sobre o semelhante, aquele que é diferente e não o igual, e a quem não somos indiferentes, portanto, não violentos, quando possuímos possibilidade de escutar inovações.



[i] O Infamiliar, texto de Sigmund Freud faz parte das Obras Incompletas de Sigmund Freud, editado pela autêntica e traduzido por Ernani Chaves e Pedro Heliodoro Tavares. 

XIV Jornada de Estudos CAEPSY

No dia 23 de agosto, aconteceu a XIV Jornada de Estudos do CAEPSY. Uma instituição que conta com 22 anos de trabalho em Gravataí, RS. Tive o prazer de encerrar a atividade com uma mesa com o título Relações Afetivas e Comportamentais na Era Virtual. É comum que as pessoas associem as razões para as suas atitudes em influências externas. Para propor mais um caminho de possibilidade, propus a reflexão sobre os nossos motivos internos para nos entregarmos a um equívoco entre a realidade virtual e o lugar e o tempo onde estamos inseridos. 
O público, formado por pessoas de diferentes idades e ofícios, esteve atento e participativo. A reflexão, enquanto processo de pensamento que não exige uma pressa de alívio, possui a mesma raiz do que o verbo refletir, utilizado para significar uma imagem que se reproduz de maneira virtual. Nos perguntarmos se estamos sendo apenas repetições de uma cultura que visa o consumo, ou buscando pessoas como se fossem nossos espelhos, é a abertura para que possamos não apenas nos proteger, mas vivermos com maior autonomia.
O CAEPSY, apresentando a maturidade de sua trajetória,  marcou o inverno de 2019 através de um evento onde o  empenho com que sua equipe se ocupou de cada detalhe, promoveu um dia de intensas e proveitosas discussões sobre a atualidade. 





Lançamento de livro


No dia 17 de maio aconteceu o lançamento do livro do psicanalista francês Jacques André - As desordens da vida. A organizadora dos textos foi a psicanalista Raquel Moreno Garcia. Jacques André  foi o convidado especial para a Jornada Sexualidade Psíquica e Gêneros da Espaço Criar. Ele é membro da Associação Psicanalítica da França (APF), professor de Psicopatologia da Universidade de Paris 7 –Denis Diderot e diretor do Centre d’Etudes em Psychopathologie (CEPP).
sessão de autógrafos
A Jornada de estudos realizada em Canoas foi maravilhosa pela profundidade dos trabalhos apresentados. Uma frase dele destacada pela Espaço Criar nos inspira: ‘A psicanálise navega entre dois penhascos: o primeiro é elevar o inconsciente ao nível de uma transcendência que ignora a diversidade social; o segundo é reduzir a realidade psíquica ao simples registro do mundo circundante. Estamos todos curiosos pela leitura dessa obra recentemente lançada.


Maternidade na Contemporaneidade


Na última quarta-feira, apresentamos a palestra na ACIST- SL Maternidade na Contemporaneidade. O momento foi de muita reflexão sobre o uso que a sociedade faz de uma relação tão delicada  entre aqueles que cuidam dos seres pertencentes à espécie com maior tempo com incapacidade de sobrevivência. Revisitamos alguns momentos na história da cultura ocidental, marcamos pontos sobre o desenvolvimento do psiquismo e da sexualidade a partir de um enfoque psicanalítico e conversamos sobre o eixo principal da função da maternidade: a transmissão da autonomia.
com Melissa Ost
A maternidade é construída no processo de cada separação, desde o nascimento e em todas os olhares onde os pais constroem o amor ao outro entregando amor, sem a necessidade de que um pequeno ser lhes reconheça, mas ao contrário. Utilizamos a metáfora do mito de Narciso, trabalhada pela psicanálise, para diferenciar um momento onde o Lago reflete uma imagem e faz nascer o Amor daquele onde acontece uma ilusão de que o reflexo de si seja uma outra pessoa. A maternidade observa cada sujeito através do cuidado demandado, buscando questionar sobre o momento necessário para a separação. Criar o novo sem a confusão com um momento de abandono é realizada quando os pais possuem possibilidade de maturidade para fiança, isso é confiança necessária para deixar o outro seguir a vida sem certezas.
A platéia foi enriquecedora, contribuindo com exemplos e questões sobre o contemporâneo e a pressão sofrida pelas mães em cada tempo, sempre com um conteúdo diferente, mas com teorias que, de forma não rara, tem por objetivo o consumismo. O feminino, em psicanálise corresponde a condição de sustentação da fragilidade e de inquietações, sem uma vitimização. Agradecemos a todos aqueles que participaram desse encontro.

         
Resistências Femininas

Terminamos o mês de fevereiro com uma discussão animada em torno do tema da feminilidade. A conversa foi com um grupo que Andreia A. Silveira coordena e que está focado em seu rumo profissional. A reflexão partiu da história das mulheres na sociedade e o desenvolvimento psíquico proposto pela psicanálise.
Ultrapassar as comparações e a ideia de que há uma inferioridade ou superioridade a partir da posse de algum atributo foi o nosso tema central. Elas prepararam uma festa de aniversário com elaborações gastronômicas sempre deliciosas. Agradeço a essas colegas inquietas que buscam todos os dias maior conhecimento e possuem prazer em compartilhá-lo. 





Palestra sobre Ansiedade 

No último dia 19, tive o prazer de participar de uma atividade organizada por Andreia A. Silveira e Natália Brito da In Focus Coaching. Refletimos sobre o quanto a ansiedade pode ser um sinal de que algo necessita ser pensado por outras vias, pois se transformou numa angústia de que dá um alarme de que algo está acontecendo como um excesso dentro do psiquismo.
Diferenciamos os fatos aos quais debitamos o motivo dessa sensação da possibilidade de nos apropriarmos dos desprazeres sem pressa e sem acusações.
O público estava atento e foi bastante participativo, trazendo associações e curiosidades sobre o cotidiano. Repensar temas estudados na Psicanálise, de forma que diferentes profissionais possam se aproximar deles, é um desafio.



In Focus Coaching em 2018

Andreia, Simone e Natália em evento ACIST -SL
imagem: site ACIST - SL
Finalizamos o ano de apresentações de temas da Psicanálise na Vida Cotidiana com uma atividade na In Focus Coaching sobre a passagem do tempo. O público foi sempre criativo e promotor de muitas reflexões sobre questões pertinentes à nossa cultura. O programa foi construído com Andreia A. Silveira, administradora,  a partir de nossa afinidade em encontros da ACIST – SL. Ela e sua sócia, Natália Brito, advogada, construíram um clima acolhedor para que todos os interessados em ampliar discussões sobre a sua vida profissional pudessem se sentir à vontade em participar.  Em 2018, propusemos interlocuções sobre  autoestima feminina, sentimento de culpa, resistências à mudança e os projetos de final do ano. Temas que trouxeram uma reflexão sobre o pensamento grenalizado apoiado numa tendência humana à síntese e ao julgamento fora da área do Direito. A complexidade traz maior ponderação e tolerância às diferenças e a curiosidade possibilita uma interrogação que abre horizontes e, portanto, a novas perspectivas.

A escrita no caminho

Hoje aconteceu, na SIG- Sigmund Freud Associação Psicanalítica, o evento A escrita no caminho. Essa atividade contemplou a apresentação de vários trabalhos de colegas que realizam a Formação em Psicanálise nessa instituição. Tive a honra de ser comentadora de quatro trabalhos. Foram muito belos, escritos com rigor teórico e estéticos em sua forma. Lisa Corso refletiu sobre  O(s) inícios nas águas da clínica. Ágata Barbi apresentou a questão “Só eu que falo?!”: sobre o início do tratamento. Arthur Rodrigues comentou Notas sobre coisas sem palavra. E Pâmela Bratkowski trouxe o tema sempre presente Pensando a análise leiga: quem são eles no início da formação?
Pâmela, Lisa, Ágata, Arthur e Simone
Refletir sobre a abstinência necessária a um psicanalista é algo sempre inquietante e desafiador. Trabalhos criativos como esses me entusiasmaram demais. Muito obrigada aos colegas pela fraternidade.  


Lançamento do livro AMOR EM RELAÇÃO
Aconteceu ontem o lançamento do livro AMOR EM RELAÇÃO, reflexões sobre o amor numa perspectiva multidisciplinar. Tive o prazer de escrever um capítulo sobre Fraternidade inserido nele. Fui convidada no ano passado a participar de um simpósio da EST sobre o tema do Amor. A mesa redonda na qual apresentei meu trabalho foi sobre o amor revolucionário. 
Decidi trazer então para discussão a Fraternidade a partir de três perspectivas inspiradas em três associações. Niemann Pick B-RS é uma instituição que produziu um seminário com objetivo de incentivar a pesquisa para tratamento de portadores dessa doença rara e nos traz o trabalho fraterno alicerçado na identificação de todos com a raridade. Diferenciamos, nesse exemplo, a identificação, enquanto possibilidade social fraterna, da piedade, enquanto conceito de Hannah Arendt como incentivador de uma diferenciação cruel. 
Betina e Claúbia - Niemann Pick- B
Em nosso segundo ponto, trabalhamos a partir da possibilidade que o laço fraterno cria de não esperar, em dependência de outros, e sim em tomar atitudes criativas que promovam solidariedade movida pela responsabilidade em contraponto a um sentimento de culpa encobridor de hostilidade. 
Como último enfoque, utilizamos o histórico da ACIST-SL, Associação Comercial Industrial de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo no intuito de retomar um conceito freudiano denominado ‘narcisismo das pequenas diferenças’ que marcou a compreensão de que alguns grupos se reúnem com um objetivo de ir contra os diferentes e outros, como o nosso exemplo, agregam as diferenças dentro de si, suportando o estranhamento, pois possuem um bem comum que não é a destrutividade, mas a fraternidade. Ser fraterno implica em construir relações nas quais nos identificamos enquanto humanos que aceitam o próprio desamparo e as diferenças, ultrapassando a sua hostilidade natural. 



Terça da Integração- Núcleo de Jovens Empresários da ACIST/SL
Sirlei Bergel, fonoaudióloga, e Simone Engbrecht
Núcleo de Mulheres Empreendedoras
Outubro, mês em que inicia a primavera, com o brotar das flores, começou com uma Terça da Integração promovida pelo Núcleo de Jovens Empresários da ACIST/SL. As criatividade foi o tema da noite, trazendo ideias inovadoras a partir de apresentação de Startups. 
A coragem e a determinação desse núcleo ficou evidente para o público que prestigiou o evento. A temática da juventude esteve presente também no cardápio, hambúrguer delicioso, e na música, apresentação de Johnny e Zé do Banjo. O clima das conversas estava leve, pois foi enriquecido pela esperança de encontros como esse onde a diferença agrega. Na ACIST/SL, os grupos estão motivados à descoberta de novos parceiros que possuam conhecimentos distintos, experiências profissionais variadas, mas valores semelhantes.  




Escutar e Ouvir

O dia 28 de setembro foi um dia especial. No Caepsῳ,  Centro de Atendimento e Estudos em Psicologia, localizado em Gravataí, RS,  a psicanalista Simone Engbrecht coordenou a atividade Escutar e Ouvir para um público atento de psicólogos, médicos e estudantes.
Conceitos psicanalíticos tais como Inconsciente, Recalcamento e Transferência foram apresentados a luz do texto freudiano de 1900- A interpretação dos sonhos. A profundidade presente a cada palavra expressa corresponde à possibilidade de investigação a partir do que está manifesto e observado em restos diurnos como numa elaboração onírica. Esse foi o objetivo do evento: introduzir a ideia de aparelho psíquico para psicanálise.


Resistências à Mudanças

No último dia 12, o encontro na In Focus Coaching foi muito enriquecido com um público atento por investigar a pluralidade das resistências que envolvem uma única mudança. Apresentamos duas vertentes fundamentas da resistência compreendida pela psicanálise: a compulsão à repetição e o desejo de buscar um prazer já encontrado. A compulsão a repetir causou maior polêmica, pois traz o tema da pulsão de morte presente em cada um de nós. 



Sonhos e Desejos


Numa manhã fria de sábado, as psicanalistas Maria Aparecida da Silveira Brígido e Simone Engbrecht apresentaram a proposta de seus grupos de estudo para o segundo semestre de 2018. O capítulo VII de Interpretação dos Sonhos foi o texto escolhido para inspirar a discussão do tema sobre Inconsciente, a partir da idéia de aparelho óptico. Freud utilizou o esquema da elaboração onírica a fim de desenvolver o método da livre associação.
Simone diferenciou as tópicas, ou seja, os lugares que organizaram a compreensão dos sistemas e funções do aparelho psíquico. O conceito de pulsão foi utilizado por Maria Aparecida a fim de demarcar o desenvolvimento do tema da sexualidade e da compulsão a repetição. O grupo presente esteve atento, contribuindo para o enriquecimento de questões como a diferença entre vontade e desejo e a complexidade do significado de morte. 


Lançamento do livro do Professor Krause


No dia 7 de junho, estive presente, como ex-aluna homenageada, no lançamento do quarto livro do Professor Krause chamado Ruídos do dia a dia. Língua Portuguesa- padrão culto
Foi um encontro maravilhoso com os admiradores de meu querido professor que possui o ofício do ensino como uma qualidade natural em sua comunicação. Ele é tão mestre que dedica, com humildade, seus escritos a quem lhe inspira a educar. 
A sabedoria de entrega do professor Heinrich Hans Christoph Krause estão presentes em sua postura, muito adiante de um discurso. Ele recebeu a todos os seus convidados com afetividade na entrada de cada um na República das Cervejas numa noite fria de inverno. Todos estavam alegres em receber mais uma aula de vida com o Senhor Krause. que utiliza versos, música, metáforas e muita imaginação a fim de que a nossa memória fique mais enriquecida com a lógica de nossa linguagem. Muito obrigada, meu querido Mestre!

Tristeza, depressão e sofrimento psíquico

No dia 9 de maio, Simone Engbrecht participou da Semana Acadêmica da EST - Escola Superior de Teologia, cujo tema de 2018 foi: Do sofrimento à esperança: cuidando de quem cuida.  O objetivo de sua fala foi diferenciar a depressão tanto da tristeza, como de outros sofrimentos, a fim de nortear intervenções que possam encaminhar pessoas a tratamento ou à reflexão sobre a cultura que estimula a crença no consumo que visa uma anestesia diante da vida. O público esteve atento e participativo, acrescentando questões que denotavam uma profundidade de conhecimento no que se refere à leitura e à prática com relações. A discussão foi enriquecedora, pois não ficou encerrada em respostas, mas aberta à curiosidade e ao desejo de maior estudo sobre o conceito de afeto. 

Novo espaço da In Focus Coaching



Andrea A. Silveira, Simone Engbrecht e Juliana Chagas
Simone Engbrecht esteve presente na inauguração do novo espaço da In Focus Coaching no dia 7 de fevereiro. A organização, liderada por Andreia A. Silveira, ampliou o local para suas atividades, oportunizando uma estrutura confortável e bem equipada para encontros, palestras, cursos,  workshops e todo o trabalho de desenvolvimento profissional proposto. Parabéns a In Focus Coaching!


Evento científico inaugura Grupos de Estudo em Psicanálise


     Aconteceu no dia 20 de janeiro a Atividade Inaugural de Grupos de Estudo na sala Munique do Hotel Suarez em São Leopoldo.
     As psicanalistas Maria Aparecida da Silveira Brígido e Simone Engbrecht (foto) apresentaram pontos sobre dois casos clínicos trabalhados na obra de Sigmund Freud como representantes da diferenciação entre a forma de perda da realidade existente nesses dois sofrimentos. Elas mostraram o programa de seus grupos de estudo, Neurose e Psicose, através do enlace entre alguns dos textos freudianos e os casos Dora e Schreber.
     

Maria Aparecida realizou o enlace entre a sexualidade recalcada e a formação de sintomas na neurose, bem como percorreu temas como a amnésia, o sonho e a fantasia em Dora, paciente atendida em 1900. Através desse tratamento, alicerçado na associação livre e na interpretação dos sonhos, Freud demarcou a diferença entre a psicanálise de catarse e hipnose.
     Já o segundo caso utilizado nessa atividade científica, foi estudado por Freud não através de seu atendimento, mas através de uma autobiografia escrita pelo próprio Schreber, jurista renomado que sofria com seus delírios e foi internado em três ocasiões em hospital psiquiátrico.
     

Simone trouxe, pelo interior dessas notas psicanalíticas sobre o relato do caso, a relação entre os mecanismos de projeção e os delírios persecutórios e hipocondríacos presentes no autor de Memórias de um doente dos nervos, publicado em 1903 e que serviu como argumento para que ele pudesse sair do manicômio e recuperar seus bens. A tentativa de reconstrução da realidade após o repúdio da mesma marcou o conflito exibido em Schreber e que foi comentado e reinterpretado por psicanalistas pós freudianos. O público para essa explanação esteve atento e concentrado, questionando a ligação entre o que ocorria no início do século passado e os tempos atuais, relativo às maneiras de sofrimento psíquico. A platéia foi composta por psicólogos, médicos e estudantes de várias cidades do RS. Esse evento abriu o espaço de estudo propostos pelas psicanalistas em seus respectivos consultórios.


Simone Engbrecht faz parte da ACIST-SL

Com o objetivo de fazer parte de um grupo de mulheres empreendedoras na cidade de São Leopoldo-RS, a psicanalista Simone Engbrecht passou a integrar o Núcleo de Mulheres Empreendedoras da ACIST-SL. Sua contribuição como integrante do grupo, tem sido na intervenção em trabalhos com mulheres em situações de vulnerabilidade social. Em outrubro deste ano, foi voluntária de uma atividade desenvolvida pela ONG Associação Força Rosa, de apoio a mulheres com câncer de mama.

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