Curso de
Verão 2022
Iniciou ontem o Curso de Verão
2022. Foi um prazer reencontrar colegas, amigos e conhecer novos
interlocutores. Nosso grupo acontece de maneira online e reúne pessoas de
várias localidades. A aula introdutória discorreu sobre o que pretendemos
abordar em relação aos quatro temas: memória, censura, pensamento e
consciência. Partimos das interrogações abertas quando estudamos o Projeto para uma Psicologia Científica,
texto de Freud de 1895.
A
memória está ‘representada pelas diferenças de facilitação entre os neurônios
ψ’. Realizaremos um percurso sobre o conceito de representação e a repetição
como forma de recordação, bem como o de herança filogenética. Sobre o tema
censura, iremos estudar o intervalo entre a abordagem das telas de proteção e o censor dos
sonhos e o superego. Gravar e lembrar não corresponde ao mesmo movimento
psíquico e aí entre o conceito de pensamento reprodutivo de 1895 ao juízo de
condenação, pensamento onírico, delírio e alucinação. E pretendemos apresentar
o conceito que tem nos inquietado atualmente: consciência. No Projeto, Freud
formulou que a consciência ‘é o lado subjetivo de todas as ocorrências
psíquicas sendo inseparável dos processos fisiológico mentais’. O que significa
afeto inconsciente e as sensações diante de atos destrutivos descritos em 1920.
A
Bússola e os textos nos mostram direções, mas é a experiência de inquietações
compartilhadas que nos proporcionam o movimento de descoberta.
Último encontro do curso ‘A pandemia revela
negações’
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Imagem: site Litorânea FM |
O termo ‘Verleugnung’, na obra freudiana traduzido por renegação, desmentido
ou rejeição, foi o tema do último
encontro promovido pela ACIST- SL em benefício ao IEDE. Estudamos para tanto o
texto ‘O mal estar na civilização’, de
1930. Mal estar, no original alemão, Unbehagen,
que segundo Christian Dunker(2015) foi inicialmente proposto por Freud por Unglück,
porém ele revisou o termo ao querer dar uma conotação diferente ao desconforto.
Unbehagen é compreendido por três
eixos: mal estar no corpo, como um mal estar estomacal, mal estar como um clima
ruim num grupo e mal estar no sentido contrário à revelação. No capítulo IV
desse texto, é que Freud utiliza o termo repúdio para considerar a impossibilidade
de submissão da sexualidade através da cultura. Seguiu a teoria construída em
‘O futuro de uma ilusão’ (1927) em que a tentativa de troca entre o sacrifício
no presente e a felicidade como uma promessa de futuro está fadada a promover
uma dívida: o sentimento inconsciente de culpa, sentimento inconsciente de
dívida, sentido, com consciência, não como angústia, porém como um mal estar
diante de ideais inatingíveis.
Terceiro
Encontro do Curso ‘A Pandemia revela Negações’
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Foto: Reprodução |
Se, por um lado, apresentamos a
Negação sob o ponto de vista do afastamento da realidade pelo conceito Verwerfung na obra freudiana – traduzida por rejeição; no terceiro
encontro do curso discutimos o texto ‘A Negativa’ de 1925. Nesse artigo,
Sigmund Freud apresenta a importância do ‘Não’, Verneinung, para a consciência. Desde 1895, ele demarcava que dizer
‘não’ a satisfação alucinatória do desejo possibilitava o início do pensamento.
Debatemos sobre um vídeo onde o jornalista Nelson Garrone reflete a partir de
questões sobre a neutralidade da imprensa. O pensamento científico não se fecha
em sentenças e argumentos. E a narrativa de cada pessoa manifesta uma escolha
de posição subjetiva diante dos fatos. Estamos imersos a uma complexidade de
influências e cabe observarmos quais são as interferências dos nossos desejos
em nossa percepção de acontecimentos.
Segunda aula do
Curso ‘ A Pandemia revela Negações’
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Imagem do filme Negação: site Adoro Cinema |
Nesse segundo
encontro, o tema versou sobre a perda da realidade e o Negacionismo, utilizando
para discussão o filme ‘Negação’ de 2016. O filme foi inspirado na obra
literária de Deborah Lipstadt, History no Trial: My Day in Court with a
Holocaust Denier. O filme Negação foi escrito por David Hare e dirigido por
Mick Jackson. Conta como uma estudiosa do Holocausto foi processada por
difamação pelo negacionista David Irving. A defesa jurídica da professora
utilizou a diferença entre uma ‘negação’ produzida por uma intenção consciente
de proveito com o engano e o sofrimento psíquico proveniente de um delírio no
qual o sujeito pode ser vítima de si mesmo. Foi assim que não foi necessário
provar os acontecimentos de Auschwitz, colocando as testemunhas em um novo
julgamento sobre o que já vivenciaram, mas criminalizar o negacionista. Em
psicanálise, não são os fatos que entram sobre julgamento, mas os desejos
conscientes e inconscientes de cada sujeito são escutados a partir de sua
narrativa. A partir de uma pergunta realizada por Andresa Padilha, uma das
participantes do curso, sobre ‘delírio coletivo’ organizamos a construção da
idéia de ‘Verwerfung’ na obra freudiana, traduzida por repúdio que não se
restringe ao campo individual, mas ao sofrimento presente em não sustentar o
desprazer dentro do Eu e suportar as frustrações de uma não satisfação de um
desejo através de um ato. O ‘narcisismo das pequenas diferenças’[i]
trabalhado por Freud para compreensão de relações sociais em que o amor entre
os membros de um grupo é sustentado pela hostilidade dirigida àqueles que
possuem uma pequena diferença. O negacionismo ao Holocausto utilizou o racismo
presente no ‘narcisismo das pequenas diferenças’ de um grupo nazista. O que
cada sujeito produz dentro do seu psiquismo individualmente é sabido em
psicanálise por cada narrativa. O Direito utiliza o pensamento judificativo e
utiliza justificativas e argumentos para compreensão de quem é o criminoso e
quem é a vítima. Fátima Bado, outra participante, contribuiu para com o grupo
com uma questão sobre a diferença entre ocupar o lugar de vítima e o que ocorre
no psiquismo de cada sujeito. O trauma, em psicanálise, não acontece por um
determinismo de acontecimento. Seguiremos, na próxima aula com o termo
‘Verneinung’ em ‘A negativa’ (Freud, 1925).
[i]
Narcisismo da Pequenas Diferenças foi um tema proposto na obra freudinana nos
textos ‘O Tabu da virgindade’( 1918) e ‘Mal estar na Civilização’(1930).
Curso ‘A
Pandemia Revela Negações
Primeiro Encontro
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Foto: Reprodução |
Iniciamos
o curso cujo valor será revertido para o IEDE, uma ONG de São Leopoldo cuja
sede sofreu incêndio em março desse ano. Ao estilo da Negativa, começamos por diferenciar os conceitos psicanalíticos
referidos à negação, que serão estudados em quatro encontros, do termos negacionismo
e do engano. Os mecanismos de negação trabalhados na obra freudiana referem-se
a quatro movimentos efetuados para lidar com a realidade. São eles: Verdrängung-
recalque, Verwerfung- repúdio, Verneinung- negativa, Verleugnung- renegação. No engano,
há um contato com a realidade, mas uma
narrativa contrária. Já no negacionismo, como o psicanalista Paulo Amarante
(que realizou a distinção entre esse termo e os conceitos psicanalíticos) há uma
atitude política envolvida. A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz tem
escrito sobre o tema, observando o risco de colocar pensamentos mágicos no lugar dos científicos.
Discutimos, nesse primeiro encontro, a
relação entre o conceito do recalque e o esquecimento, trazendo metáforas
relacionadas à vida cotidiana. E ainda, não é possível realizar a patologização de singularidades a partir de uma manifestação em grupo.
Último
encontro do curso
‘Sentimento
de Culpa: Dúvida ou Dívida’
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Foto: Reprodução
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Foi interessante reunirmos
pessoas de diferentes regiões e de diversas profissões ao longo desse tema.
Transmitir questionamentos e posicionamentos alicerçou o curso. Ele aconteceu
em benefício do Instituto Libertarte, de Passo Fundo-RS. Estudamos como esse
conceito foi adquirindo mais corpo ao logo da obra freudiana, após a virada de
1920 através da formulação da pulsão de morte e do masoquismo moral.
Compreender as transformações da agressividade e não somente a sua contenção
fundamenta uma discussão sobre a violência e o sofrimento.
Terceiro encontro
curso Sentimento de Culpa
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Foto: Reprodução |
Apresentar o tema da culpa
dentro do texto freudiano O ego e o id, de 1923, foi o propósito do terceiro encontro
do curso ministrado pela autora desse blog. Trabalhamos a partir dos conceitos
de ideal de ego e superego, narcisismo e complexo de Édipo.
Freud desenvolveu
nessa obra, escrita após a virada de 1920, o conceito de sentimento
inconsciente de culpa, já anunciado oito anos antes pelo viés das
representações. Alguns atos destrutivos e criminosos podem ser compreendidos
como conseqüência de um sentimento inconsciente de dívida com ideais
relacionados à tendência a retornar a um estado anterior, a saldar uma dívida
com a crueldade superegóica da melancolia. |
Foto: Reprodução
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Refletimos sobre o conceito de diferente
onde não há comparação, pois a singularidade envolve qualidade e não somente
quantidades sujeitas a julgamentos. Para o próximo encontro está prevista a discussão do texto de 1924, O problema econômico do masoquismo, com o objetivo de compreendermos o conceito de masoquismo moral.
Segundo encontro Curso sobre Sentimento de
Culpa
O grupo de trabalho esteve presente de maneira online no
segundo encontro em torno da temática do sentimento de culpa. O Instituto
Libertarte anunciou a Live Musical programada para o final do dia 29 de agosto.
Apresentamos o texto do livro de Freud de 1915, Luto e Melancolia
diferenciando a depressão neurótica da depressão melancólica. A falta de ânimo
pode estar presente nas duas, porém, o pai da psicanálise destacou a baixa na
autoestima como o ponto diferencial naqueles que possuem um sofrimento
relacionado à dificuldade em cicatrizar feridas abertas pelas perdas.
Isso
porque essas últimas são de natureza ideal, o seja, estão a serviço de uma
acusação que repete uma auto recriminação. Remetemos a leitura do texto Dívidas com ideais, publicado em
novembro de 2019 nesse blog e o livro Aprendendo
a lidar com a depressão. É preciso responsabilizar-se por uma curiosidade
de si, pelo que não sabemos, a fim de que dívidas contraídas por um ideal
onipotente não nos capture em atitudes sem reflexão. A fadiga diante da
repetição de um processo avaliativo inconsciente pode resultar em um desejo de
afastamento do processo de pensar. Utilizamos com metáfora a referência ao
filme de Godard de 1965, Alphaville. Para
o dia 25, está programada a discussão do texto de 1923, O Ego e o Id, onde o assunto será superego, regras e a lei.
Primeiro
encontro curso
‘Sentimento
de Culpa: Dúvida ou Dívida’
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Imagem do filme O Processo: site Deutsche Welle |
Na noite do dia 11 de agosto de
2020, reunimo-nos em torno da temática do sentimento de culpa, a partir de
textos freudianos, e em benefício do Instituto Libertarte de Passo Fundo. Nosso
estudo iniciou pelo texto O Inconsciente
escrito em 1915. A palavra Schuld,
utilizada pelo pai da psicanálise, pode ser traduzida por culpa, dívida ou
débito. Trabalhamos especialmente o capítulo III Emoções Inconscientes, demarcando a diferença conceitual, em Freud,
entre sentimento e afeto, apresentando o mecanismo do recalque e o significado de representação.
O sentimento inconsciente de culpa
aparece nesse momento do texto trazendo a noção de que a consciência de uma
sensação pode ser um enlace com muito material ao qual a pessoa não tem acesso,
por estar inconsciente.
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Foto: Reprodução |
Uma sensação pode ser mal interpretada. Atos, sentimentos e pensamentos foram
diferenciados na medida de amadurecimento psíquico, possibilidades de escolha e
de negativa a um desejo de maneira consciente. Foi citado também o texto de 1916,
Alguns tipos de caráter encontrados no
trabalho psicanalítico, onde Freud continua a sua investigação sobre o
sentimento de culpa a partir da manifestação daqueles que se encontram arruinados pelo êxito, destituindo a
ideia simplificadora de que um sofrimento seja resultado da frustração de um
desejo e dando abertura a aparente contradição de que alguém sofra um auto boicote
após ter sido conquistada uma satisfação. Como uma punição, presente também na
terceira parte do artigo onde o sentimento inconsciente de culpa pode se fazer
presente antes do crime. Utilizamos para discussão a história de Joseph K. na
obra de Franz Kafka, contemporânea a bibliografia utilizada. O Processo, escrito em 1914, inspirou o
roteiro dos filmes de Orson Welles(1962) e de Anthony Hopkins(1993). O
personagem, m bancário, é acusado e levado a julgamento sem saber o motivo pelo
qual é acusado. A ambigüidade presente na narrativa representa com a
genialidade de Kafka a dúvida como conseqüência de sentimento inconsciente de
culpa. Está programado para o próximo encontro o estudo do texto Luto e
Melancolia a fim de refletirmos sobre o conceito de ideais e dívidas.
Melancolia e empatia
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Melancolia I: obra de Albrecht Dürer |
No terceiro encontro do curso
sobre o texto freudiano de 1921 ‘Psicologia das Massas e Análise do Eu’, revisamos a questão do líder e nos propomos a
discutir a questão lançada Qual é a
natureza do laço emocional na massa? Há três descrições de formas de identificação,
relacionadas ao TER e ao SER o objeto no eu. A identificação por ingestão, por
introjeção, pelo ego assumir características do objeto e pela percepção de uma
qualidade comum partilhada com alguma outra pessoa que não é objeto da pulsão
sexual. Mais adiante, no mesmo texto Freud, ao retomar a temática do amor, vai
lembrando alguns pontos já trabalhados nos textos sobre sexualidade, narcisismo
e luto. Refletimos sobre o quanto a idealização falsifica o julgamento e,
mediante a perda ou abandono do objeto, surge a dupla possibilidade: um objeto
pode ser colocado no lugar do eu ou no lugar do ideal do eu. Freud repete a
formulação de 1915: ‘a sombra do objeto caiu sobre o ego’ para iluminar a
relação entre recriminação estabelecida sobre o eu e o lugar do hipnotizador no
ideal de eu. ‘Um grupo primário desse
tipo é um certo número de indivíduos que colocaram um só e mesmo objeto no
lugar de seu ideal do ego e, consequentemente, se identificaram uns com os
outros em seu ego.’ (Freud, 1921, p. 147) Diante da complexidade dessas
formulações, apresentamos exemplos e desdobramentos a partir deles utilizando
os conceitos de cultura e ideologia. Freud em 1932, alertou sobre a sua
preocupação de que a psicanálise não se torna-se uma Weltanshauug (visão de mundo). Associamos nesse texto a diferença
estabelecida, portanto, entre empatia e identificação. Empatia acontece quando
sujeitos respeitando a sua diferença se aproximam pela semelhança humana e
identificação, quando os indivíduos de uma massa estabelecem uma homogeneidade
e podem estar fascinados pela hipnose e sujeitados a uma prisão melancólica. No
próximo encontro, estaremos estudando os últimos capítulos do texto, onde o
autor apresenta uma discussão sobre justiça.
Identificações
e liderança
No segundo encontro sobre ‘Psicologia
das massas e análise do eu’ avançamos no estudo do texto trabalhando a
referência que Freud realizou sobre os termos Nahelegen e Anregung (sugestão
e influência). O texto propõe a abertura à complexidade do lugar do líder não
apenas como uma pessoa, mas uma ideia. Diferencia sugestão de contágio, como
fenômenos complementares. Retomamos, na
último dia 20, o conceito de identificação a partir das questões sobre ideal de
eu, melacolia e servidão. ‘Sendo a
identificação a mais remota expressão de laço emocional com outra pessoa e
ambivalente desde o início’ (capítulo VII bem o início), discutimos a
tentativa simplificadora e tentadora de ‘causa-efeito’ em compreensão àquilo
que se refere ao exterior ao sujeito, ao outro. Como leitura complementar aos
conceitos de ego ideal e ideal de ego, foi referido o livro de Marta Rezende
Cardoso, Superego, publicado pela
Escuta em 2002. Os comentários dos participantes do curso enlaçaram esse texto
de 1921 a um marco importante na história da psicanálise: o abandono da
sugestão enquanto método. O texto publicado ontem nesse blog foi inspirado
neles. O próximo encontro terá como eixo a temática da hipnose e o uso das palavras, partindo da
interlocução que Freud propôs com Trotter sobre a pulsão gregária.
Primeiro Encontro Curso Psicologia das Massas e Análise do Eu
A noite do dia 13 de julho de
2020 deu abertura ao primeiro encontro do curso sobre o texto freudiano
‘Psicologia das Massas e Análise do Ego”. Pessoas residentes em diferentes
localidades estiveram presentes numa sala virtual organizada por colegas. Conceitos
como hipnose, sugestão, massa e indivíduo foram apresentados.
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Foto: Desirê Pauletti |
O grupo aqueceu
questões que Freud formulou em 1921, ao diferenciar culpa de responsabilidade e
tomar a atitude ética como uma possibilidade da inserção de um sujeito em um
grupo. As incertezas atuais e a complexidade desse estudo nos transforma a
partir desse contato. Deixamos registrado aqui um trecho do texto e, a seguir,
a referência a três autores citados por Freud na obra:
“A hipnose solucionaria
imediatamente o enigma da constituição libidinal dos grupos, não fosse pelo fato
de ela própria apresentar alguns aspectos não atendidos pela explicação
racional que dela vimos fornecendo como sendo um estado de estar amando sem as
tendências diretamente sexuais. Nela ainda existe muita coisa que devemos
reconhecer como inexplicada e misteriosa.”(Freud, 1921.p.146)
Algumas
referências utilizadas por Freud a fim de apoiar, contrapor e fazer trabalhar
algumas questões:
Gustave Le Bon Francês (1841-1931)
Estudioso de várias
ciências- antropologia, Psicologia, sociologia, medicina e física
*conceito
*influência
e sugestão
William Mc Dougall
Inglês(1871-1938)
Psicólogo
*grupos
estáveis
*líder
Wilfred Louis Batter Trotter
Inglês(1872-1939)
Neurocirrgião
– estudou psicologia social
*pulsão
gregária
Freud e Cervantes,
Provocações para o curso
Psicologia das Massas e Análise do Eu
-Freud recorreu, em Totem e
Tabu (1912-13), a Cervantes para
observar o tabu relativo aos governantes:
“Exatamente da mesma maneira,
o tabu cerimonial dos reis constitui ostensivamente a mais alta honra e
proteção para eles, enquanto que, na realidade, trata-se e um castigo pela sua
exaltação, uma vingança sobre ele tirada pelos seus súditos. As experiências de
Sancho Panza (descritas por Cervantes) quando governador de sua ilha
convenceram-no que esta visão do cerimonial da corte era a única que se aplicava ao caso. Se pudéssemos ouvir
as opiniões de reis e governantes modernos sobre o assunto, descobriríamos que
haveria muitos outros que concordariam com ele.”
-Freud dirigiu uma carta ao
tradutor espanhol de suas obras, Señor Luis Lopez-Ballesteros, em 1923:
“Quando era um jovem estudante, meu desejo de ler o imortal Don Quixote no original de Cervantes
levou-me a aprender, sem mestre, a encantadora língua castelhana. Graças a esse
entusiasmo juvenil, estou hoje capaz- em uma idade avançada- de verificar a exatidão
de sua versão espanhola de minhas obras, cuja leitura invariavelmente provoca
em mim viva apreciação de sua interpretação corretíssima de meus pensamentos e da
elegância de seu estilo. Fico sobretudo surpreso com alguém, como o senhor, não
sendo médico nem psiquiatra de profissão, ter sido capaz de alcançar um domínio
tão absoluto e preciso sobre um material que é intrincado e, às vezes,
obscuro.”
Gostaríamos, de apresentar dois colegas que contribuem para a realização desse
curso, que acontecerá em julho: Pedro A.
P. Mandelli, organizador desse evento. Psicanalista, membro efetivo da
Sigmund Freud Associação Psicanalítica, de Porto Alegre-RS. Professor da pós graduação
em psicanálise da Anhanguera Erechim. Coordena grupos de estudo em
metapsicologia freudiana na cidade de Passo Fundo-RS. E Vinícius De Miranda, autor da
imagem do flyer utilizado o convite para esse curso. Psicólogo pela
Universidade de Passo Fundo, pós-graduando em Psicanálise, membro da equipe de
gestão do Setor de Atenção ao Estudante da Universidade de Passo Fundo- RS.
Pós graduação em
Psicanálise
Erechim-RS
A Faculdade Anhanguera, em
Erechim-RS, está realizando um pós
graduação em Psicanálise. Nos dois últimos finais de semana, a psicanalista Simone Engbrecht ministrou o
módulo correspondente aos cinco casos clínicos publicados por Sigmund Freud. Muitas
horas de trabalho e alunos empenhados em absorver a proposta desse autor em
desvendar modos de funcionamento complexos existentes por trás de cada
manifestação clínica.
Psicose, as teorias sobre o trauma,
formações de sintoma, delírio e alucinações foram estudados nos dias 22 e 23.
Refletir sobre o sofrimento envolvido em ‘Schreber’ e o ‘Homem dos Lobos’ foi a
tônica diferencial de um rótulo psicopatológico. Esses casos clínicos envolvem
um mecanismo psíquico denominado por Freud, em alemão, de ‘Verwerfung’,
traduzido de várias maneiras para o Português, negação, cisão, recusa. Ele
envolve um movimento que possui por finalidade defender-se de uma percepção tomada
como avassaladora para um sujeito.
Depois, nos dias 29 e 30, foi a vez
de Dora, Pequeno Hans e O Homem dos Ratos. Foi, através deles, que Freud nos
apresentou seu esclarecimento sobre os pseudônimos utilizados nas publicações,
refletindo sobre a ética no estudo de um caso clínico. Estudar a castração
enquanto conceito perpassa a compreensão dos temas do reconhecimento,
diferenças e representação. Foram retomados textos metapsicológicos a fim de
apresentar a metáfora do aparelho óptico onde o pai da psicanálise nos
apresenta como as manifestações do inconsciente se enlaçam com outras
representações e se manifestam.
O trabalho foi profundo e
enriquecedor, pois foi alicerçado através do interesse e dos questionamentos em
torno da atualidade da psicanálise. Erechim está de parabéns por organizar,
conduzir e fazer acontecer um pós graduação em Psicanálise no Interior do
Estado.
Domingo: Atividade Científica em Passo
Fundo
Em um
domingo ensolarado, um grupo de pessoas interessadas em refletir sobre um tema
inquietante se reuniu para ouvir o que a psicanalista Simone Engbrecht tinha a
dizer sobre o texto centenário de Sigmund Freud Das Unheimliche.
Essa
atividade científica aconteceu em Passo Fundo no dia 24 de novembro pela manhã
e foi organizada por Pedro Mandelli e
Joana Machado e contou com a participação de profissionais e estudantes que tem
se ocupado em aproximar-se da Psicanálise.
Das Unheimliche traduzido
na edição comemorativa da Autêntica contempla o termo O Infamiliar trazido por Ernani Chaves e Pedro Heliodoro Tavares
para demarcar a diferença entre a oposição eo conceito de negativa de Freud
contido no estudo dessa palavra-conceito. Percorremos nessa manhã de intensa
discussão os conceitos de recalcamento, alucinação, bem como a diferença entre
teste de realidade e crença na realidade. Parabéns a esses profissionais de
Passo Fundo empenhados em abrir espaço para refletir sobre o conceito de
estética através da psicanálise, um espaço incomum e inovador.
Jornada
Interna da SIG
O texto Das Unheimliche de Sigmund Freud completa 100 anos de sua edição. Em
sua edição bilíngue comemorativa[i],
a tradução utiliza o termo Infamiliar,
anteriormente traduzido por Estranho e
Inquietante. Os dois termos
anteriores utilizados contemplavam dois vértices dessa palavra-conceito, algo
não somente novo, mas inovador, e algo que nos movimenta em uma qualidade no
sentir. O Infamiliar foi utilizado
por conter uma dupla negativa em seu interior, tanto no prefixo In quanto no adjetivo familiar que
corresponde ao que não é da família,
mas se assemelha.
Tenho coordenado um seminário
na Sigmund Freud Associação Psicanalítica
intercalando o estudo desse complexo texto a partir da compreensão de
temas como satisfação alucinatória do desejo, regressão e teste de realidade
com a interlocução de convidados que aprofundam algumas citações do autor sobre
Hoffmann e Goethe, entre muitas discussões sobre estética. A nossa relação com
a realidade tem sido o ponto chave de nossas investigações em grupo, sem uma
necessidade de estabelecer parâmetros psicopatológicos.
A instituição realizou sua
Jornada Interna nos dia 18 e 19 de outubro, na qual tive o prazer de
compartilhar uma mesa redonda com colegas que fazem parte de minha formação com
psicanalista. Os associados se debruçaram sobre o texto mediante a reflexão
sobre as diversas intervenções da psicanálise em 2019. Foram dois dias de muita
produção e conversa sobre a vitalidade da psicanálise presente no centro da
discussão sobre o semelhante, aquele
que é diferente e não o igual, e a quem não somos indiferentes, portanto, não
violentos, quando possuímos possibilidade de escutar inovações.
[i] O
Infamiliar, texto de Sigmund Freud faz parte das Obras Incompletas de Sigmund
Freud, editado pela autêntica e traduzido por Ernani Chaves e Pedro Heliodoro
Tavares.
XIV Jornada de Estudos CAEPSY
No dia 23 de agosto, aconteceu a XIV Jornada de Estudos do CAEPSY. Uma instituição que conta com 22 anos de trabalho em Gravataí, RS. Tive o prazer de encerrar a atividade com uma mesa com o título Relações Afetivas e Comportamentais na Era Virtual. É comum que as pessoas associem as razões para as suas atitudes em influências externas. Para propor mais um caminho de possibilidade, propus a reflexão sobre os nossos motivos internos para nos entregarmos a um equívoco entre a realidade virtual e o lugar e o tempo onde estamos inseridos.
O público, formado por pessoas de diferentes idades e ofícios, esteve atento e participativo. A reflexão, enquanto processo de pensamento que não exige uma pressa de alívio, possui a mesma raiz do que o verbo refletir, utilizado para significar uma imagem que se reproduz de maneira virtual. Nos perguntarmos se estamos sendo apenas repetições de uma cultura que visa o consumo, ou buscando pessoas como se fossem nossos espelhos, é a abertura para que possamos não apenas nos proteger, mas vivermos com maior autonomia.
O CAEPSY, apresentando a maturidade de sua trajetória, marcou o inverno de 2019 através de um evento onde o empenho com que sua equipe se ocupou de cada detalhe, promoveu um dia de intensas e proveitosas discussões sobre a atualidade.
Lançamento de livro
No dia 17 de maio aconteceu o
lançamento do livro do psicanalista francês Jacques André - As desordens da vida. A organizadora dos
textos foi a psicanalista Raquel Moreno Garcia. Jacques André foi o
convidado especial para a Jornada Sexualidade Psíquica e Gêneros da Espaço
Criar. Ele é membro da Associação Psicanalítica da França (APF), professor de
Psicopatologia da Universidade de Paris 7 –Denis Diderot e diretor do Centre
d’Etudes em Psychopathologie (CEPP).
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sessão de autógrafos |
A Jornada de estudos realizada em Canoas
foi maravilhosa pela profundidade dos trabalhos apresentados. Uma frase dele
destacada pela Espaço Criar nos inspira: ‘A psicanálise navega entre dois
penhascos: o primeiro é elevar o inconsciente ao nível de uma transcendência
que ignora a diversidade social; o segundo é reduzir a realidade psíquica ao
simples registro do mundo circundante. Estamos todos curiosos pela leitura
dessa obra recentemente lançada.
Maternidade
na Contemporaneidade
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Na última quarta-feira, apresentamos a palestra
na ACIST- SL Maternidade na
Contemporaneidade. O momento foi de muita reflexão sobre o uso que a
sociedade faz de uma relação tão delicada
entre aqueles que cuidam dos seres pertencentes à espécie com maior
tempo com incapacidade de sobrevivência. Revisitamos alguns momentos na
história da cultura ocidental, marcamos pontos sobre o desenvolvimento do
psiquismo e da sexualidade a partir de um enfoque psicanalítico e conversamos
sobre o eixo principal da função da maternidade: a transmissão da autonomia.
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com Melissa Ost |
A maternidade é construída no processo de cada
separação, desde o nascimento e em todas os olhares onde os pais constroem o
amor ao outro entregando amor, sem a necessidade de que um pequeno ser lhes
reconheça, mas ao contrário. Utilizamos a metáfora do mito de Narciso, trabalhada
pela psicanálise, para diferenciar um momento onde o Lago reflete uma imagem e
faz nascer o Amor daquele onde acontece uma ilusão de que o reflexo de si seja
uma outra pessoa. A maternidade observa cada sujeito através do cuidado
demandado, buscando questionar sobre o momento necessário para a separação. Criar o novo sem a confusão
com um momento de abandono é realizada quando os pais possuem possibilidade de
maturidade para fiança, isso é confiança necessária para deixar o outro seguir
a vida sem certezas.
A platéia foi enriquecedora, contribuindo com
exemplos e questões sobre o contemporâneo e a pressão sofrida pelas mães em
cada tempo, sempre com um conteúdo diferente, mas com teorias que, de forma não
rara, tem por objetivo o consumismo. O feminino, em psicanálise corresponde a
condição de sustentação da fragilidade e de inquietações, sem uma vitimização.
Agradecemos a todos aqueles que participaram desse encontro.
Resistências
Femininas
Terminamos o mês de fevereiro
com uma discussão animada em torno do tema da feminilidade. A conversa foi com
um grupo que Andreia A. Silveira coordena e que está focado em seu rumo
profissional. A reflexão partiu da história das mulheres na sociedade e o
desenvolvimento psíquico proposto pela psicanálise.
Ultrapassar as comparações
e a ideia de que há uma inferioridade ou superioridade a partir da posse de
algum atributo foi o nosso tema central. Elas prepararam uma festa de aniversário
com elaborações gastronômicas sempre deliciosas. Agradeço a essas colegas
inquietas que buscam todos os dias maior conhecimento e possuem prazer em
compartilhá-lo.
Palestra sobre Ansiedade
No último dia 19, tive o prazer
de participar de uma atividade organizada por Andreia A. Silveira e Natália
Brito da In Focus Coaching. Refletimos sobre o quanto a ansiedade pode ser um sinal de
que algo necessita ser pensado por outras vias, pois se transformou numa
angústia de que dá um alarme de que algo está acontecendo como um excesso
dentro do psiquismo.
Diferenciamos os fatos aos quais debitamos o motivo dessa
sensação da possibilidade de nos apropriarmos dos desprazeres sem pressa e sem
acusações.
O público estava atento e foi bastante participativo, trazendo
associações e curiosidades sobre o cotidiano. Repensar temas estudados na Psicanálise, de forma que diferentes profissionais possam se aproximar deles, é um desafio.
In Focus Coaching em 2018
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Andreia, Simone e Natália em evento ACIST -SL
imagem: site ACIST - SL |
Finalizamos o ano de apresentações
de temas da Psicanálise na Vida Cotidiana com uma atividade na In Focus
Coaching sobre a passagem do tempo. O público foi sempre criativo e promotor de
muitas reflexões sobre questões pertinentes à nossa cultura. O programa foi
construído com Andreia A. Silveira, administradora, a partir de nossa afinidade em encontros da
ACIST – SL. Ela e sua sócia, Natália Brito, advogada, construíram um clima
acolhedor para que todos os interessados em ampliar discussões sobre a sua vida
profissional pudessem se sentir à vontade em participar.
Em 2018, propusemos
interlocuções sobre autoestima feminina,
sentimento de culpa, resistências à mudança e os projetos de final do ano.
Temas que trouxeram uma reflexão sobre o pensamento grenalizado apoiado numa
tendência humana à síntese e ao julgamento fora da área do Direito. A
complexidade traz maior ponderação e tolerância às diferenças e a curiosidade
possibilita uma interrogação que abre horizontes e, portanto, a novas perspectivas.
A
escrita no caminho
Hoje aconteceu, na SIG- Sigmund
Freud Associação Psicanalítica, o evento A
escrita no caminho. Essa atividade contemplou a apresentação de vários
trabalhos de colegas que realizam a Formação em Psicanálise nessa instituição.
Tive a honra de ser comentadora de quatro trabalhos. Foram muito belos, escritos
com rigor teórico e estéticos em sua forma. Lisa Corso refletiu sobre O(s)
inícios nas águas da clínica. Ágata Barbi apresentou a questão “Só eu que falo?!”: sobre o início do
tratamento. Arthur Rodrigues comentou Notas
sobre coisas sem palavra. E Pâmela Bratkowski trouxe o tema sempre presente
Pensando a análise leiga: quem são eles
no início da formação?
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Pâmela, Lisa, Ágata, Arthur e Simone |
Refletir sobre a abstinência necessária a um
psicanalista é algo sempre inquietante e desafiador. Trabalhos criativos como
esses me entusiasmaram demais. Muito obrigada aos colegas pela fraternidade.
Lançamento do livro AMOR EM RELAÇÃO
Aconteceu ontem o lançamento do
livro AMOR EM RELAÇÃO, reflexões sobre o amor numa perspectiva
multidisciplinar. Tive o prazer de escrever um capítulo sobre Fraternidade
inserido nele. Fui convidada no ano passado a participar de um simpósio da EST
sobre o tema do Amor. A mesa redonda na qual apresentei meu trabalho foi sobre
o amor revolucionário.
Decidi trazer
então para discussão a Fraternidade a partir de três perspectivas inspiradas em
três associações. Niemann Pick B-RS é uma instituição que produziu um seminário
com objetivo de incentivar a pesquisa para tratamento de portadores dessa doença
rara e nos traz o trabalho fraterno alicerçado na identificação de todos com a
raridade. Diferenciamos, nesse exemplo, a identificação, enquanto possibilidade
social fraterna, da piedade, enquanto conceito de Hannah Arendt como
incentivador de uma diferenciação cruel.
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Betina e Claúbia - Niemann Pick- B |
Em nosso segundo ponto, trabalhamos a
partir da possibilidade que o laço fraterno cria de não esperar, em dependência
de outros, e sim em tomar atitudes criativas que promovam solidariedade movida
pela responsabilidade em contraponto a um sentimento de culpa encobridor de
hostilidade.
Como último enfoque, utilizamos o histórico da ACIST-SL,
Associação Comercial Industrial de Serviços e Tecnologia de São Leopoldo no
intuito de retomar um conceito freudiano denominado ‘narcisismo das pequenas
diferenças’ que marcou a compreensão de que alguns grupos se reúnem com um
objetivo de ir contra os diferentes e outros, como o nosso exemplo, agregam as
diferenças dentro de si, suportando o estranhamento, pois possuem um bem comum
que não é a destrutividade, mas a fraternidade. Ser fraterno implica em
construir relações nas quais nos identificamos enquanto humanos que aceitam o
próprio desamparo e as diferenças, ultrapassando a sua hostilidade natural.
Terça da Integração-
Núcleo de Jovens Empresários da ACIST/SL
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Sirlei Bergel, fonoaudióloga, e Simone Engbrecht |
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Núcleo de Mulheres Empreendedoras |
Outubro,
mês em que inicia a primavera, com o brotar das flores, começou com uma Terça
da Integração promovida pelo Núcleo de Jovens Empresários da ACIST/SL. As
criatividade foi o tema da noite, trazendo ideias inovadoras a partir de
apresentação de Startups.
A coragem e a determinação desse núcleo ficou
evidente para o público que prestigiou o evento. A temática da
juventude esteve presente também no cardápio, hambúrguer delicioso, e na
música, apresentação de Johnny e Zé do Banjo. O clima das conversas estava
leve, pois foi enriquecido pela esperança de encontros como esse onde a
diferença agrega. Na ACIST/SL, os grupos estão motivados à descoberta de novos parceiros que possuam conhecimentos distintos, experiências profissionais variadas, mas valores semelhantes.
Escutar e Ouvir
O dia 28 de setembro foi um dia especial. No
Caepsῳ, Centro de Atendimento e Estudos
em Psicologia, localizado em Gravataí, RS, a psicanalista Simone Engbrecht coordenou a
atividade Escutar e Ouvir para um público atento de psicólogos, médicos e
estudantes.
Conceitos psicanalíticos tais como Inconsciente, Recalcamento e
Transferência foram apresentados a luz do texto freudiano de 1900- A interpretação dos sonhos. A profundidade
presente a cada palavra expressa corresponde à possibilidade de investigação a
partir do que está manifesto e observado em restos diurnos como numa elaboração
onírica. Esse foi o objetivo do evento: introduzir a ideia de aparelho psíquico
para psicanálise.
Resistências à Mudanças
No último dia 12, o encontro na In Focus Coaching foi muito
enriquecido com um público atento por investigar a pluralidade das resistências
que envolvem uma única mudança. Apresentamos duas vertentes fundamentas da
resistência compreendida pela psicanálise: a compulsão à repetição e o desejo
de buscar um prazer já encontrado. A compulsão a repetir causou maior polêmica,
pois traz o tema da pulsão de morte presente em cada um de nós.
Sonhos e Desejos
Numa
manhã fria de sábado, as psicanalistas Maria Aparecida da Silveira Brígido e
Simone Engbrecht apresentaram a proposta de seus grupos de estudo para o
segundo semestre de 2018. O capítulo VII de Interpretação dos Sonhos foi o texto escolhido para inspirar a discussão do tema sobre Inconsciente, a partir da idéia de aparelho óptico. Freud utilizou o esquema da elaboração onírica a fim de desenvolver o método da livre associação.
Simone diferenciou as tópicas, ou seja, os lugares que organizaram a compreensão dos sistemas e funções do aparelho psíquico. O conceito de pulsão foi utilizado por Maria Aparecida a fim de demarcar o desenvolvimento do tema da sexualidade e da compulsão a repetição. O grupo presente esteve atento, contribuindo para o enriquecimento de questões como a diferença entre vontade e desejo e a complexidade do significado de morte.
Lançamento do livro do Professor Krause
No dia 7 de junho, estive presente, como ex-aluna homenageada, no lançamento do quarto livro do Professor Krause chamado Ruídos do dia a dia. Língua Portuguesa- padrão culto.
Foi um encontro maravilhoso com os admiradores de meu querido professor que possui o ofício do ensino como uma qualidade natural em sua comunicação. Ele é tão mestre que dedica, com humildade, seus escritos a quem lhe inspira a educar.
A sabedoria de entrega do professor Heinrich Hans Christoph Krause estão presentes em sua postura, muito adiante de um discurso. Ele recebeu a todos os seus convidados com afetividade na entrada de cada um na República das Cervejas numa noite fria de inverno. Todos estavam alegres em receber mais uma aula de vida com o Senhor Krause. que utiliza versos, música, metáforas e muita imaginação a fim de que a nossa memória fique mais enriquecida com a lógica de nossa linguagem. Muito obrigada, meu querido Mestre!
Tristeza, depressão e sofrimento psíquico
No dia 9 de maio, Simone Engbrecht participou da Semana Acadêmica da EST - Escola Superior de Teologia, cujo tema de 2018 foi: Do sofrimento à esperança: cuidando de quem cuida. O objetivo de sua fala foi diferenciar a depressão tanto da tristeza, como de outros sofrimentos, a fim de nortear intervenções que possam encaminhar pessoas a tratamento ou à reflexão sobre a cultura que estimula a crença no consumo que visa uma anestesia diante da vida. O público esteve atento e participativo, acrescentando questões que denotavam uma profundidade de conhecimento no que se refere à leitura e à prática com relações. A discussão foi enriquecedora, pois não ficou encerrada em respostas, mas aberta à curiosidade e ao desejo de maior estudo sobre o conceito de afeto.
Novo espaço da In Focus Coaching
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Andrea A. Silveira, Simone Engbrecht e Juliana Chagas |
Simone Engbrecht esteve presente na inauguração do novo
espaço da In Focus Coaching no dia 7 de fevereiro. A organização, liderada por
Andreia A. Silveira, ampliou o local para suas atividades, oportunizando uma
estrutura confortável e bem equipada para encontros, palestras, cursos, workshops e todo o trabalho de desenvolvimento
profissional proposto. Parabéns a In Focus Coaching!
Evento científico inaugura Grupos de Estudo em Psicanálise
Aconteceu no dia 20 de janeiro a Atividade Inaugural de Grupos de Estudo na sala Munique do Hotel Suarez em São Leopoldo.
As psicanalistas Maria Aparecida da Silveira Brígido e Simone Engbrecht (foto) apresentaram pontos sobre dois casos clínicos trabalhados na obra de Sigmund Freud como representantes da diferenciação entre a forma de perda da realidade existente nesses dois sofrimentos. Elas mostraram o programa de seus grupos de estudo, Neurose e Psicose, através do enlace entre alguns dos textos freudianos e os casos Dora e Schreber.
Maria Aparecida realizou o enlace entre a sexualidade recalcada e a formação de sintomas na neurose, bem como percorreu temas como a amnésia, o sonho e a fantasia em Dora, paciente atendida em 1900. Através desse tratamento, alicerçado na associação livre e na interpretação dos sonhos, Freud demarcou a diferença entre a psicanálise de catarse e hipnose.
Já o segundo caso utilizado nessa atividade científica, foi estudado por Freud não através de seu atendimento, mas através de uma autobiografia escrita pelo próprio Schreber, jurista renomado que sofria com seus delírios e foi internado em três ocasiões em hospital psiquiátrico.
Simone trouxe, pelo interior dessas notas psicanalíticas sobre o relato do caso, a relação entre os mecanismos de projeção e os delírios persecutórios e hipocondríacos presentes no autor de Memórias de um doente dos nervos, publicado em 1903 e que serviu como argumento para que ele pudesse sair do manicômio e recuperar seus bens. A tentativa de reconstrução da realidade após o repúdio da mesma marcou o conflito exibido em Schreber e que foi comentado e reinterpretado por psicanalistas pós freudianos. O público para essa explanação esteve atento e concentrado, questionando a ligação entre o que ocorria no início do século passado e os tempos atuais, relativo às maneiras de sofrimento psíquico. A platéia foi composta por psicólogos, médicos e estudantes de várias cidades do RS. Esse evento abriu o espaço de estudo propostos pelas psicanalistas em seus respectivos consultórios.
Simone Engbrecht faz parte da ACIST-SL
Com o objetivo de fazer parte de um grupo de mulheres empreendedoras na cidade de São Leopoldo-RS, a psicanalista Simone Engbrecht passou a integrar o Núcleo de Mulheres Empreendedoras da ACIST-SL. Sua contribuição como integrante do grupo, tem sido na intervenção em trabalhos com mulheres em situações de vulnerabilidade social. Em outrubro deste ano, foi voluntária de uma atividade desenvolvida pela ONG Associação Força Rosa, de apoio a mulheres com câncer de mama.