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Mostrando postagens de julho, 2020

Em quem nos transformamos hoje: Carpe diem

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                                           "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." José Saramago          A sensação de temporalidade pode causar um estranhamento durante essa pandemia. Tanto uma mudança na rotina, quanto a grande demanda de energia para elaborar o luto por um modo de viver deixado para trás junto com muitas perdas fazem com que tenhamos, às vezes, a ideia que o tempo passa com grande velocidade ou de que um minuto se parecendo com uma hora. A psicanálise iniciou quando o método da sugestão foi abandonado diante dos questionamentos freudianos sobre o quanto uma ordem precisa ser refletida com  a paciência de quem não deseja apenas se entregar a uma servidão.          Foto: Reprodução Ouvimos, diante desse tempo sombrio, a repetição de um imperativo, curte o presente . Alguns se referem a Carpe diem, locução em latim que pode ser traduzida por ‘colhe o dia de hoje’, como se todos estão no direito de tornar-se egoísta. Talvez quem escute a frase

Amar a si é desejar a liberdade do outro

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                                                                       “Querer ser livre é também querer livres os outros.” Simone de Beauvoir    Liberdade é uma dessas palavras tão complexas em sentido como a palavra amor. Às vezes, os ouvidos podem doer quando escutamos alguém falar que por amor preocupa-se com que o seu filho faça isso ou aquilo e não  se ocupe com um submetimento  a padrões ao qual ele pode estar exposto. A submissão desampara o sujeito de si mesmo. Ou ainda, faz doer o som da formulação: a liberdade está em ir e vir. Foto: Reprodução As palavras deixam de ser apenas sons capazes de serem repetidos por uma fonética para se tornarem conceitos quando   passam a representar a complexidade dos desejos que convivem simultaneamente no interior do psiquismo. Alguém ama quando sustenta a ambivalência traçada com ódio provocado por uma impossibilidade de dominar outra pessoa. Ama quando apreende que somente o ser amado está presente quando ele não corresponde a